Os 8 Odiados

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Westerns de fato, nunca saem da moda, desde Três homens em Conflito(1966) vemos que o velho e bom faroeste nunca é esquecido por mais que os anos passem. Já passaram por boas repaginadas e sempre estão regados de violência e personagens memoráveis, o estilo sempre traz histórias bem contadas e cheias de emoção.

Em Os 8 Odiados permanecemos nesse trilho de emoções que o faroeste pode proporcionar, o oitavo filme de Quentin Tarantino conseguiu ser tão bom quanto o incrível Django Livre (2010). É agressivo, explosivo e emocionante tudo de uma só vez, fazendo com que tudo ali seja uma obra de arte pura e coesa.

Os oitenta primeiros minutos do longa contam com diálogos profundos e que servem pra total dinamismo do filme, que outrora ganha uma reviravolta surpreendente e tudo isso contando com a voz inconfundível de Samuel L. Jackson vivendo um suposto herói e vítima, ainda sim mesmo sendo junto a Kurt Russel uma das grandes estrelas do filme. O destaque que retira o título da linha blockbuster e se tornar uma obra-prima é a atuação de Jennifer Jason Leugh (O Maravilhoso Agora,2013). Dentro de cada virada de cena se pode ver uma personagem cheia de riqueza e profundamente bem estudada pela atriz entregando ao publico exatamente o que esperavam ver, sem nem mesmo saber o que querem.

Tarantino mostrou que pode muito mais do que ontem e abusou ao colocar oito atores em um único espaço pequeno, o que rendeu um excelente resultado cheio de reviravoltas e emoção, onde você não sabe se está torcendo pra algum herói ,ou se há heróis, o que fica difícil saber quando o preconceito racial, o machismo, a ganância e a carnificina são as motivações dos protagonistas.

Munido de inteligência ética, este faroeste conta com a habilidade de ótimos atores e um mago do cinema para dar certo, e isso funciona bem, quando fechados no armazém da Minnie por definitivo, tudo começa a acontecer, e a ideia afiada de tentar fazer de tudo para prender a atenção também funciona, flashbacks provocativos de um personagem a outro, a colocação dos mexicanos como inferiores em território americano e a descrença por um negro ser amigo de alguém no poder, são os ingredientes que num todo dá certo e agrada. A filmagem em 70mm ajuda a terminar a aprovação do filme, que com sua maior visão permite que cada  detalhe seja milimetricamente notado e bem aproveitado. 

Os 8 odiados tem tudo o que alguém espera do diretor e do elenco. As reviravoltas que prendem o telespectador no suspense é a carta na manga que Tarantino sempre guarda para seus grandes finais.


Texto: Louther Silva   Revisão: Rafael Soares

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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