Batman vs Superman: A Origem da Justiça

A chamada HYPE às vezes totalmente nos consome com meses de antecedência da estreia de um filme, ainda mais quando conta com uma boa campanha de marketing, porém Batman Vs Superman não passa de um filme onde o suficiente da história está apenas nos trailers.

No início somos entregues aos acontecimentos de Homem de Aço (2013), onde Bruce Wayne assiste de camarote a batalha entre os dois kryptonianos General Zod e Kal-El, o que leva a destruição de sua filial em Metrópolis e inúmeras mortes, de aí em diante os civis ficam divididos entre adorar o Superman como um deus ou odiar como um invasor.

O problema do longa é focar na trama do cavaleiro de Gotham com participações de outros heróis, e com muitas referências ao mundo dos quadrinhos, como Entre a Foice e o Martelo, Cavaleiro das Trevas, Ponto de Ignição, Reino do amanhã entre muitos outros, colocando tudo isso em uma batedeira e entregando um bolo massante sem sabor que perdura por duas horas e meia, sem esquecer dos efeitos especiais que deixaram o filme "sujo" com tanta tela verde, personagens em CG, muita poeira e ondas de explosão.

Nas atuações dos protagonistas, Henry Cavill continuou o papel com um Superman mais seco em emoções, desiludido e em crise de existência. Jesse Eisenberg é um Lex Luthor muito descontraído, sem postura, imaturo e descompensado. Ben Affleck que era a maior aposta em entregar um Batman fiel ao seu auge dos quadrinhos, foi a maior decepção, temos um personagem mal caracterizado, o maior detetive do mundo não existe, sem elaborar estratégias literalmente apela com o que vê pela frente para se bem suceder nas lutas, suas atitudes são bobas, muito dependente de tecnologia e do amigo (esqueça o mordomo) Alfred Pennyworth totalmente sem carisma de Jeremy Irons. Amy Adams é uma Lois Lane inútil, seu núcleo de atuação se resume em ser resgatada inúmeras vezes pelo namorado. Porém, temos que admitir nossos sorrisos para Gal Gadot que é a cereja do bolo, uma Mulher Maravilha sedenta por lutas e muito experiente, mas resguardada até a batalha final contra o Apocalypse.

Em relação ao triste roteiro de Chris Terrio(Argo-2012) e David S. Goyer (Constantine-2014), não há uma incrível reviravolta e motivações bem questionáveis que não convencem e deixa o filme bem arrastado sem vontade de querer mais.

Pra finalizar, o longa apresenta os outros heróis de forma que agradou bem aos fãs (como nós) mais ainda sim, é um ponto de partida bem fraco para imaginar o que aguarda nos próximos filmes da franquia e uma provável disputa cinematográfica com a Marvel. E para quem esperou "77 anos" pelo encontro dos maiores ícones heroicos dos quadrinhos no cinema, só pode lamentar.